A osteoartrite (OA) é uma doença crônica e degenerativa caracterizada por dor e perda gradual da cartilagem articular.
Apesar de ser considerada uma doença de caráter multifatorial, alguns aspectos como a idade avançada, obesidade, deformidades anatômicas, lesão articular prévia e determinadas atividades profissionais são importantes fatores de risco para o surgimento ou agravamento da OA.
Ela acontece de forma progressiva e lenta e afeta tipicamente as articulações das mãos, coluna, quadril e joelho.
É o distúrbio articular mais comum e pode afetar de 6% a 12% da população adulta e mais de um terço das pessoas com mais de 65 anos de idade.
A incidência é semelhante em relação ao sexo, sendo que o número de articulações acometidas é, em geral, maior no sexo feminino, o que leva à forma generalizada ser mais comum em mulheres. Sabe-se, no entanto, que estas diferenças só se tornam relevantes após os 55 anos, quando as mulheres passam a ser mais acometidas pela doença do que os homens. O principal fator contribuinte para o aumento da incidência a partir desta idade nas mulheres está relacionado à deficiência estrogênica após a menopausa que eleva os riscos para o desenvolvimento de OA.
A OA pode ser definida a partir de suas características clínicas, incluindo dor na articulação afetada, tipicamente agravada com atividade e aliviada pelo repouso; rigidez articular, principalmente matinal, após períodos de imobilidade; aumento articular; com formação de edema e deformidade, além de instabilidade e insegurança; limitação funcional e dos movimentos.
Como principal objetivo de tratamento, deve-se proporcionar alívio, diminuir a dor e melhorar o bem-estar funcional dos pacientes.
O tratamento preconizado para a maioria dos pacientes com OA é o tratamento conservador. A fisioterapia ajuda a reduzir e aliviar os sintomas, melhorar a realização de atividades funcionais, prevenir a perda de força muscular e retardar a progressão da doença.
O paciente também deve receber orientações como:
1) esclarecimento sobre a doença: salientar que a doença não é sinônimo de envelhecimento, e está relacionada com a capacidade funcional, sendo que a intervenção terapêutica trará considerável melhora de qualidade de vida;
2) Motivar e envolver o paciente no seu tratamento, pois o paciente é um agente ativo no seu programa de reabilitação;
3) Praticar atividades físicas, porém sob orientação de um profissional habilitado;
4) Orientação para cuidados com relação ao uso de rampas e escadas;
5) Orientação com relação à ergonomia do trabalho doméstico e ou profissional e perda de peso.
Órteses e equipamentos de auxílio na marcha também podem ser indicados quando há necessidade de melhorar, auxiliar ou substituir uma função.
Como tratamento farmacológico, faz-se uso de analgésicos e anti-inflamatórios, além de fármacos sintomáticos de longa duração.
Os pacientes com OA grave que têm comprometimento progressivo da independência das atividades de vida diária e falha do tratamento conservador devem ser encaminhados para o ortopedista, que fará a indicação do tratamento cirúrgico. As cirurgias indicadas são: desbridamento artroscópico, osteotomias e artroplastias.
Texto: Maria Hilda – Fisioterapeuta do FortaleSer