Documento constatou que diabetes aumenta em 50% as chances de desenvolver a doença.
Controlar o diabetes, a pressão arterial, parar de fumar e reduzir o risco cardiovascular são medidas que podem ter papel importante na prevenção de demências em idosos. O alerta consta no relatório global de Alzheimer, publicado nesta quarta-feira.
O relatório constatou que a diabetes aumento o risco de demência em 50%. A obesidade e a falta de atividades físicas são fatores de risco para a diabetes e a hipertensão e, por isso, devem ser alvo de ação, aponta o documento que foi produzido pesquisadores do King’s College London.
— Há evidências de vários estudos de que a incidência de demência pode estar caindo em países desenvolvidos, provavelmente por causa da melhoria da educação e da saúde cardiovascular. Precisamos fazer todo o possível para reforçar essa tendência — disse o autor do relatório, Martin Prince, do King’s College London’s.
De acordo com o relatório, o ato de parar de fumar também está diretamente ligado à redução do risco de demência. Por exemplo, estudos de incidência da doença entre pessoas acima de 65 anos mostram que ex-fumantes têm um risco similar ao daqueles que nunca fumaram, enquanto que os que continuam a fumar têm riscos muito maiores.
Além disso, o estudo revela que aqueles que têm mais oportunidades de educação têm menor risco de desenvolver demência ao longo da vida. Evidências sugerem que a educação não tem impacto em mudanças cerebrais que levam ao problema, mas ela impacto o funcionamento intelectual.
As conclusões do relatório sugerem que, se envelhecemos com uma condição mais saudável, temos mais chances de viver por mais tempo, mais felizes e de maneira mais independente, com uma chance muito menor de desenvolver demência. A promoção da saúde cerebral é importante ao longo da vida, mas particularmente na meia idade, já que mudanças no cérebro começam décadas antes do início dos sintomas.
Entretanto, uma pesquisa divulgada pela organização internacional Bupa mostrou que muitas pessoas não sabem claramente como reduzir o risco de demência. Apenas 25% identificaram o sobrepeso como um fator de risco, e apenas um em cinco (23%) disseram que atividade física poderia ajudar na prevenção. Enquanto isto, 68% disseram se preocupar em desenvolver o problema ao longo da vida.
— Da perspectiva da saúde pública, é importante notar que a maioria dos fatores de risco para demência se sobrepõem com o de outras doenças não transmissíveis. Em países desenvolvidos, há um foco maior no estilo de vida saudável, mas este não é o caso em países de baixa e média renda. Até 2050, estimamos que 71% das pessoas com demência serão dessas regiões — explicou o diretor-executivo da organização Alzheimer’s Disease International, Marc Wortmann.
Fonte: Zero Hora | Foto: Leo Munhoz / Agencia RBS